O mais recente relatório do Tribunal de Contas da União sobre as obras para a Copa do Mundo de 2014 foi entregue no II Seminário de Fiscalização e Controle dos Recursos Públicos, na Câmara dos Deputados, realizado nesta quarta-feira, em Brasília.
Os dados oficiais revelam como o país perdeu tempo, desde que conquistou a sede da Copa, em 2007, e não se preparou com planejamento adequado para receber o grande evento. “Estamos a 38 meses do início dos jogos e a construção de um estádio dura até 36 meses”, disse João Alberto Viol, do Sindicato Nacional de Arquitetura e Engenharia Consultiva.
O seminário reuniu representes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de auditores do Tribunal de Contas da União. Eles debateram sobre a forma de tornar cada vez mais transparente os gastos públicos.
Estádios
Enquanto o secretário executivo do Ministério do Esporte, Waldemar Silva de Souza, garantia que os 12 estádios ficarão prontos a tempo para a competição de 2014, o representante do TCU, Marcelo Eira, alertava para o risco de termos “elefantes brancos”, ao final da Copa. Entre esses estádios estão os de Manaus, Natal, Cuiabá e Brasília.
“Nenhum dos 12 estádios em construção tem capacidade abaixo de 40 mil espectadores. No entanto, alguns deles, como Cuiabá, Brasília, Manaus e Natal, não têm competições de futebol que justifiquem essa capacidade”, disse Marcelo Eira, secretário adjunto de Planejamento e Procedimentos do Tribunal de Contas da União.
Irregularidades
Segundo o relatório do TCU, há vários casos de sobrepreços, isto é, valores acima dos de mercado.
“A Arena Amazonas, por exemplo, ainda sem orçamento, registrou sobrepreço de R$ 71,2 milhões, numa amostra de R$ 200 milhões”, diz o relatório do Tribunal
No Rio de Janeiro, o projeto de reforma do Maracanã ainda está sem orçamento...
Já na ampliação do Aeroporto do Galeão, os técnicos do TCU identificaram sobrepreço de R$ 15 milhões na cotação de materiais. Se os valores não forem corrigidos registra-se o “superfaturamento”.
Marcelo Eira alertou que, ao contrário dos estádios de futebol, aeroportos e projetos de mobilidade urbana, que têm matriz de responsabilidade bem especificada, ainda não há definições sobre outras áreas de importância, como as de Segurança, Saúde e Turismo.
Riscos
Entre os riscos que o TCU registra nesta fase de preparação para a Copa está o desempenho da coordenação e supervisão de ações pelo Ministério do Esporte, assim especificado:
“Ausência de informações tempestivas e desconhecimento de óbices que limitam o andamento normal das obras, com potencial prejuízo à adoção de providências para sanar os problemas relacionados ao cumprimento dos cronogramas pactuados”.
Reprodução: José da Cruz às 23h31 - 01.06.2011
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