sexta-feira, 1 de julho de 2011

O atraso no esporte. Mas somos um país olímpico...

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De cada 10 professores que atuam no projeto Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, apenas dois têm formação em educação física.
        A revelação é do professor Ernani Contursi, presidente do Sindicato dos Professores de Educação Física do Rio de Janeiro, em audiência pública na Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados.
        Com um discurso indignado, Ernani Contursi mostrou como a categoria está, há muito, sem prestígio, a ponto de um programa do governo entregar a orientação de atividade física de crianças a pessoas inexperientes, sem qualquer preparo.
      Contursi veio a Brasília para a reunião de deputados que tratou sobre a regulamentação da Lei Pelé, e protestou devido à ausência de representantes dos professores na comissão instituída pelo Ministério do Esporte para regulamentar o documento.
        Voltou para o Rio de Janeiro sem a garantia de que o Conselho Federal de Educação Física integrará a comissão.
        Os atletas também ficaram sem representatividade na mesma comissão. Já o futebol tem dois interlocutores, um cartola e um dirigente sindical. De fato, somos o país da bola...
Atraso
        A discussão revela atrasos. Enquanto se discute sobre estádios de custos bilionários, só agora regulamenta-se a lei maior do esporte, que é de 1998...
        Pior, pois o governo nada sabe sobre a conveniência de alunos da rede pública praticarem educação física na escola. O tema não é discutido de forma integrada entre os órgãos afins, Educação, Esporte e Saúde. Como não foi nos governos de FHC, Collor, Itamar... 
        Enquanto isso, as crianças ficam privadas de uma atividade que, reconhecidamente, contribui para a qualidade de vida, da saúde, a melhoria do rendimento escolar, o desenvolvimento do intelecto, a formação do caráter, etc.
        Nossas autoridades precisam ultrapassar a barreira da hipocrisia e admitir que o esporte em nível de governo trata, prioritariamente, do rendimento. Os professores de educação física, desprestigiados a partir dos salários -- piso de R$ 780,00, no Rio -- que o digam.
        Não há preocupação alguma fora o esporte de rendimento. Nem programas.
        Ao contrário, o que existe, o Segundo Tempo, é motivo de investigação policial, pois muitos enriqueceram desviando o dinheiro do objetivo principal.
        Mas somos um país olímpico!
        Agora vai.

Por José da Cruz às 23h08

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