Lançado pelo governador Jaques Wagner em 17 de outubro de 2008, o Ginásio Poliesportivo de Cajazeiras demorou quase um ano e meio para sair do papel, mas a felicidade pelo início da construção, em março de 2010, durou pouco. Uma incompatibilidade técnica entre projetistas e construtora paralisou a construção que, hoje, um ano após o início das obras, sequer dá pistas de um ginásio.
Entre janeiro e dezembro de 2010, o Transparência Bahia – site do Governo do Estado que informa os repasses de cada órgão público – aponta que a Superintendência de Construções Administrativas da Bahia (Sucab), autarquia estadual, pagou à construtora Tekton o valor de R$ 891.271,86 para o que hoje é apresentado no local. O orçamento total do ginásio poliesportivo de Cajazeiras prevê gastos de R$ 5.880.174,18.
Na área de dez mil metros quadrados do Loteamento Cajazeiras, os operários construíram apenas parte do muro que cercaria a obra e deram início à fundação (estrutura do ginásio que ficará abaixo do solo).
A construtora Tekton, contratada em março de 2010 após vencer o processo de licitação, teria prazo de 570 dias para concluir a obra. Com base nesse cronograma, restam, então, apenas sete meses para que o ginásio fique pronto.
Em nota enviada à redação de A TARDE, o diretor geral da Sucab, Elmo Vaz, diz que, após uma reunião no dia 11 de março com outra autarquia, a Sudesb (Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia), ficou definida a retomada das obras e o cumprimento do cronograma inicial. A Sucab não descarta a rescisão contratual com a Tekton e uma nova contratação.
Já o responsável técnico da Tekton Construtora, Orlando Figueiredo Filho, diz que o contrato com a Sucab o impede de dar informações e mostrar o projeto à imprensa.
Ritmo lento - Na primeira visita da reportagem à construção, em 2 de março passado, apenas um operário se encontrava no local e dizia não saber os motivos da paralisação. A situação era de abandono. Ao lado da casa sede da obra, o mato cresceu sobre as ferragens que ainda serão usadas e que ficam expostas ao sol e a chuva todos os dias.
De acordo com a diretora de obras da Sucab, Tereza Tavares, a construção foi retomada na última semana. Pelo visto, em ritmo lento, já que em nova visita da reportagem, no dia 17 de março, dez operários trabalhavam na fundação, ponto polêmico do projeto e principal motivo para que a construção ficasse inativa por tanto tempo.
A Sucab e a Sudesb fazem um verdadeiro ‘jogo de empurra’ sobre a responsabilidade pelos atrasos, mas ambas acusam a Futura Arquitetos Associados Ltda de erros no projeto original. “A Sudesb apresentou o projeto para a execução da construção do ginásio e, no momento que iniciamos os estudos de solo, vimos que a fundação proposta não poderia ser executada em virtude das edificações circunvizinhas. Se fossem cravejadas as estacas, teríamos problema na estrutura das casas, porque no local onde será construído o ginásio foi feito um aterro sem o devido cuidado“, explicou o engenheiro João Pedroso, coordenador de obras da Sucab.
A construtora, então, trocou a fundação com estacas para tubulão, até encontrar outro problema: a subida do lençol freático por conta das chuvas de abril de 2010, quando se detectou que uma fossa no local poderia contaminar o lençol. “Pedimos então à Sudesb uma readequação das instalações sanitárias, hidráulicas e elétricas, o que não foi feito ainda”, disse Pedroso.
A Sucab não explicou ainda como determinou a retomada da obra sem alterar o projeto.
Fonte: A tarde on line
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